A abertura do encontro da sociedade civil dentro do Afro XXI, realizada no dia 16 de novembro, destacou a afirmação da autonomia dos movimentos sociais e da sociedade civil em relação aos governos. A perspectiva do evento, que ocorre até o dia 19 de novembro, entre representantes da sociedade civil ibero-americano, caribenha e africana é criar propostas que contribuam com a Declaração de Salvador, documento que sairá do encontro de chefes de Estado no último dia do Afro XXI.
Estiveram presentes na mesa de abertura representantes dos movimentos sociais e de governos. O primeiro a saudar o encontro foi Gilberto Leal, militante do Movimento Negro, que destacou a necessidade da união e da competência na articulação política da sociedade civil para interferir e enfrentar blocos políticos articulados na região.
Juca Ferreira, representante do Brasil na Secretaria Geral Ibero-Americana, fez um prognóstico da possibilidade de recrudescimento do racismo com as crises atuais que afetam o centro do capitalismo global. Também afirmou a maturidade do movimento social de luta por igualdade. “Esse momento não é apenas de celebração. O objetivo é interferir no processo democrático e de desenvolvimento econômico”, disse Ferreira.
O panamenho Humberto Brown, representante do movimento Diáspora Latina, lembrou a necessidade de buscar a inteligência ancestral para encontrar saídas e dar respostas adequadas à conjuntura global na luta contra o racismo. “Será um dia desafiante, pois são muitas questões e pouco tempo para discutir toda a pauta”, refletiu.
A representante da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Magali Navys, identificou um crescimento da organização da luta contra o racismo. “Até hoje foi a sociedade civil que empurrou os avanços”, declarou. Entretanto, ponderou que as forças contrárias a esses avanços também crescem.
Inclusão
Representando o governo da Bahia, o secretário Elias Sampaio, da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial, apontou que não há possibilidade de avanço do Brasil sem a inclusão dos afrodescendentes. “Eleger governos progressistas é uma condição necessária, mas não suficiente para construirmos a igualdade racial”, afirmou Sampaio.
A representante da Articulação das Organizações das Mulheres Negras Brasileiras e membro do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade, Vera Baroni, chamou a atenção do público para boatos de que a Secretaria das Mulheres e a Seppir estariam em risco de extinção. “Essas instituições cumprem um papel muito importante e precisam ser potencializados e não extintos”, declarou. E finalizou apontando para a grandeza da diversidade presente ao encontro e em especial à presença das mulheres negras.
Os debates acontecem no Centro de Convenções da Bahia, na Praia de Armação. A programação cultural terá atrações temáticas nos Largos e Praças do Pelourinho, no Centro Histórico de Salvador/BA
Informações:
Rogério Paiva (71)0 8202 6551
Kau Rocha: (71) 8787 4401
Fernanda Lopes: (61) 8144 4770
(Fonte: Assessoria de imprensa do Afro XXI com informaçãoe do Rede Brasil Atual)
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